Djanira da Motta e Silva (1914-1979) foi uma renomada pintora, desenhista e ilustradora brasileira, reconhecida por retratar com sensibilidade a cultura e o cotidiano do povo brasileiro. Nascida em Avaré, São Paulo, filha de mãe austríaca e pai de ascendência indígena, Djanira teve uma trajetória marcada por desafios e superações.
Em 1939, mudou-se para o bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, onde administrou uma pensão que se tornou ponto de encontro de artistas e intelectuais. Foi nesse ambiente que iniciou sua formação artística, recebendo incentivo de hóspedes como o pintor Emeric Marcier e frequentando cursos noturnos no Liceu de Artes e Ofícios. Sua arte, inicialmente considerada “primitiva”, evoluiu para um estilo único que capturava a essência das festas populares, cenas religiosas e paisagens brasileiras.
Na década de 1960, Djanira estabeleceu residência em Paraty, Rio de Janeiro, vivendo em uma casa ao lado da Igreja Nossa Senhora das Dores. Durante esse período, imergiu na cultura local e produziu obras que retratavam as tradições da região, incluindo a Festa do Divino, celebrada anualmente na cidade. Sua conexão com Paraty foi tão profunda que a cidade influenciou significativamente sua produção artística.
Djanira faleceu em 31 de maio de 1979, no Rio de Janeiro. Sua obra permanece como um testemunho vibrante da diversidade cultural e das tradições do Brasil, celebrando as raízes e a identidade do povo brasileiro.